Bancos aglomerados são problemas antigos de infraestrutura

Bancos aglomerados são problemas antigos de infraestrutura

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Os noticiários do Brasil mostram várias pessoas aglomeradas na Caixa Econômica e outros bancos para receber o auxílio emergencial.  Me incomodava, no entanto, que algumas pessoas queriam culpar essas pessoas por estarem na fila e se arriscando a pegar coronavírus, uma vez que muitos estavam sem máscara.

Os bancos aglomerados são resultados da diminuição de agências no interior, falta de acesso à internet e muita gente teve que adquirir a poupança social, limitando o acesso aos Banco do Brasil e Caixa.

Foto acima do título: Tribuna do Norte.

Diferentemente da influenciadora digital Gabriela Pugliesi, quando ela diz “Foda-se a vida” e que a “Covid mostro que é uma doença sem desigualdade social”.

A pandemia mostra cada vez mais que antigos problemas infraestruturais e desigualdade social está cada vez mais nítido a medida que multiplica o número de pessoas que estão morrendo.

Uma pesquisa demográfica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) publicou na assessoria de imprensa da instituição de ensino que a falta de internet e menos agências bancárias disponíveis podem ser o resultado desta bolha que pode fazer com que o Brasil vire a nova Itália.

Pessoas que estão na fila não tem acesso aos bancos

A cada três domicílios no Nordeste não possui internet e 14% dos municípios da região não têm nenhuma agência ou posto bancário para atendimento presencial.

Esses dados foram levantados pela pesquisadora Jordana Cristina de Jesus, professora do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais, identificou a dificuldade de acesso à informação especialmente nos municípios mais pobres.

Nos últimos 10 anos, 52% dos municípios nordestinos perderam agências bancárias, sendo que mais de 1,2 milhão de pessoas no Nordeste vivem em cidades sem nenhuma agência ou posto bancário.

Sem acesso à internet e sem locais de atendimento presencial, muitos dos mais vulneráveis estarão sem condições de efetivar seu direito ao benefício.

Além disso, o aumento de casos de quadrilhas explodindo caixas eletrônicos no interior do Nordeste fez com que muitos bancos fechassem as agências.

A falta de internet banda larga piora a situação

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 28% dos domicílios do Rio Grande do Norte não possuem acesso à internet.

No Nordeste, esse percentual se amplia para 35%, o equivalente a 12,8 milhões de adultos. O estado do Maranhão, por exemplo, onde quase metade (46%) dos domicílios não têm acesso.

A média nacional é de 24% de domicílios em que nenhum morador tem acesso à internet.

Um quarto dos adultos desempregados no Nordeste não têm acesso à Internet em casa. Trabalhadores sem carteira assinada, por conta própria ou auxiliando suas famílias são também atingidos pela falta de acesso.

Estes últimos são os que se encontram em pior condição: 4 em cada 10 não teriam internet em casa para fazer a solicitação. Ou seja, não tem jeito, tem que ir ao banco.

Falta de conta bancária piora ainda mais situação

Com base nos dados do parágrafo acima isso comprova que mais de 4,3 milhões de pessoas não têm como requerer o auxílio, acompanhar a solicitação ou realizar transações pela poupança social digital.

Essa poupança foi criada para aqueles que não possuem conta no Banco do Brasil ou Caixa.

Este número é baseado na soma de trabalhadores desempregados, informais, por conta própria e ou que auxiliam suas famílias.

Ou seja, não há outros meios, como PagFácil, para conseguir arrecadar.  Além disso, a ausência de inclusão digital piora ainda mais a situação.

Como faz o cadastro?

O pagamento do benefício para quem já estava no Cadastro Único (CadÚnico) ou recebia o Bolsa Família é realizado de maneira automática. Para os demais trabalhadores, entretanto, faz-se necessário um cadastro, que pode ser feito por aplicativo ou pelo site do Auxílio Emergencial, ligado à Caixa Econômica Federal.

Essa operação envolve a avaliação de informações do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), da Receita Federal e do próprio Cadastro Único. Os cruzamentos das informações são feitos para verificar se a pessoa que está pleiteando o auxílio se enquadra nas regras definidas

Brechando explicou com mais detalhes nesta matéria aqui.

Confira a evolução da doença nos últimos 40 dias

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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