História do Super Carlinhos

História do Super Carlinhos

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Espere o inesperado. Esta é a melhor lição que o jornalismo já me ensinou em pouco tempo de trabalho. Enquanto esperava a coletiva do Balão Mágico começar. Algumas mães e filhos também compareceram ao recinto com o objetivo de tirar fotos com os integrantes, no qual encontrei a Luciana e o Carlos Neto, conhecido como Carlinhos. O que era para ser uma simples conversa para o tempo passar, eu descobri que este ano foi especial para a família. Pedi para colocar no site a história deles e prontamente, eles deixaram.

O que você pensa no futuro? Neste ano, a família deles tiveram uma espécie de provação, visto que tudo mudou e o renascimento pode existir.

Acidente de carro com Carlinhos e família

Luciana é advogada e é mãe de dois filhos. A família sempre foi sua prioridade e principalmente agora que tinha duas netas para paparicar. Um belo dia resolveu passar um fim de semana em um hotel que fica na cidade paraibana de Bananeiras, após uma indicação de amiga. “Para confessar, no início não queria, mas queria ter um dia de descanso e diferente, por isso chamei toda a família. Fui sozinha primeiro, fiquei esperando meu genro, filhos e netas que viriam um dia depois”.

O falante Carlinhos, de 11 anos, para mim dizia que nunca quis ir a viagem. “Queria ficar jogando videogame (risos)”.

O que era para ser um fim de semana feliz, virou o pesadelo, visto que a manhã de 7 de julho de 2018, o carro onde estava a família de Luciana capotou após ter passado numa ponte na estrada entre Tangará e São José do Campestre. Todos foram resgatados, porém a neta de três anos, Maria Fernanda, faleceu ao chegar no hospital da primeira cidade citada. O restante da família foi transferida para Natal, apenas a neta caçula e o motorista não teve problemas.

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O acidente virou matéria de jornal, porém poucas pessoas souberam do que aconteceu com essas vítimas.

“Quando recebi a notícia, cheguei a questionar minha fé, confesso. Peguei o primeiro táxi e fui direto ao [Hospital] Walfredo Gurgel, ao chegar na porta do hospital, passei mal, não tive forças. Este foi o pior dia da minha vida, sem dúvida, mas também foi o maior momento, pois consegui recuperar a minha família”, relembrou a advogada, que hoje está licenciada.

Os médicos não deram uma notícia nada esperançosa sobre os filhos. “Diziam para mim que o Carlinhos ficaria seis meses em coma e que poderia ter sequelas sérissimas, além de precisar várias transfusões de sangue”. Uma corrente do bem ajudou, neste período, a ter várias doações, fazendo com que o Hemonorte batesse recorde de doações naquele período.

O que era para ser três meses, Carlinhos conseguiu fazer uma cirurgia na região da cabeça e também na mão, além de ter tido alta em menos de dois meses, ainda chegou a comemorar o aniversário de 11 anos com a família e a irmã, que por conta do acidente ficou paraplégica.

Luciana contou que a sua maior dificuldade foi contar ao filho sobre a morte de Maria Fernanda. “Embora eles brigassem bastante, os dois eram muito apegados e foi difícil de contar que ela foi para o céu. A gente chorou muito neste dia e hoje é cuidando um dia de cada vez. A primeira vez que meus filhos se viram depois do acidente foi no aniversário dele e isto me deixa muito comovida.”.

Carlinhos respondeu que “sente saudades da Fernanda todos os dias, mas sabe que agora está no céu olhando por todos” e que está vivendo todos os dias, inclusive está voltando com os jogos, principalmente o Fortnite, o seu jogo favorito.

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“Ninguém esperava que estivesse em menos de três meses com Carlinhos aqui para tirar fotos, agora nossa meta em dezembro é ir para sede da Canção Nova (na cidade de Cachoeira Paulista) para agradecer que meus filhos estão vivos”, comentou.

Além disso, eles tavam planejando fazer diversas atividades em família para não perder muito tempo sozinhos. “Vou para escola de manhã, depois faço minha fisioterapia todos os dias e em breve terei que fazer uma cirurgia no braço. Não lembro nada do acidente, só de ter mandando um áudio para o meu tio no Whatsapp”, relatou a criança, que não larga a mãe nem por um segundo, inclusive pedindo colo e sonha em ser jornalista, inclusive já fez participação em programas infantis da cidade.

E será que ele conseguiu encontrar o Balão Mágico? Veja a foto a seguir:

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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