[CRÔNICA] Querido, Valentine e a reviravolta do Tinder

[CRÔNICA] Querido, Valentine e a reviravolta do Tinder

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Querido Valentine,

Estava eu na sacada de um prédio vendo os fogos de Ponta Negra e dos hotéis da Via Costeira convidada por uma amiga que me fez conhecer gente muito boa na festa. Eu estava curtindo a festa com novas pessoas, ouvindo o “Vai Malandra” da Anitta e esperando por algum milagre que 2018 fosse bom, enquanto leio a sua mensagem de feliz ano novo! Educadamente (mamãe não me criou na Selva), respondo igualmente e agradeço pela mensagem. Embora, ele insiste em dizer que respondi a mensagem de Natal. Estamos quase igual aquela música de Clarice Falcão. Sim, era o cara que julguei inicialmente por parecer um rapper e era urso (barbudo e grandão, como dizem os gays).

Enquanto isso, eu só queria que 2018 fosse 1/12 melhor que 2017. Você apareceu novamente, aquele cara que tinha óculos espelhado na piscina de fibra, parecendo um pinta (vou julgar esta foto até hoje, desculpa!) ou andando de moto sem capacete. Só faltava um vídeo escutando Grafith para completar o kit. Era ele, mesmo, o boy do Tinder, que ficou p… da vida por não ter atendido os telefonemas enquanto estava no Outback despedindo da minha amiga, por sinal a mesma que apresentou o aplicativo para mim. Voltamos a conversar, educadamente respondia e achava que iria parar por aí, mas a sua insistência era gostosa de ser disputada.

Neste interím, ele até arranjou uma namorada e tive meus dramas expostos no Brechando, que mais me tiraram o juízo do que prazer. Mas a gente sempre parava no mesmo canto, se encontrando. Descobri que o pinta poser era um nerdão raiz e começamos a compartilhar as nerdices pelo Whatsapp, além de falar nossos gostos e apesar de peixes e áries serem signos totalmente opostos, alguma coisa tava se encaixando, estava deixando a maré me levar e isso que me movia.

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Ficava pensando: “Será que vai rolar alguma coisa com ele?”.  Geralmente, eu gosto de caras esquisitões, mais brancos que um fantasma da ópera, sem barba e loiros. Ele era totalmente diferente, mas estava gostando de ursões.  Ele era um ursão.  Alguns dias (ou semanas), ele me liga e gostei muito de ouvir a sua voz, era bem mais legal que eu pensava e ficamos horas conversando. Mas nunca agimos como amigos, isso que era o mais engraçado. Assim começou a rotina diária de me ligar, sempre no mesmo horário e ficava com saudades quando não ligava. Sua cara de bravo nas fotos e postar zoeiras no Facebook parecem que era para esconder que existe um rapaz que se preocupa com as pessoas em sua volta, extremamente esforçado e amar muito o que faz e assim minha admiração começou a crescer.

Só tinha um problema: Ela não mora em Natal. Será ele mesmo? Será que vou morrer no caritó? Ter filhos através de inseminação artificial ou transando com o meu amigo? Acho que muitas dúvidas pairavam sobre minha cabeça sobre o assunto, mas só o escutando já me deixa mais animada, apesar de reclamar se eu ficar desaparecida no whatsapp.

Era período de carnaval quando combinei de se encontrar, a gente ficou uma semana treinando o que faria quando olhasse um para cara do outro. O roteiro seria: Ficar olhando um para a cara do outro, dizer coisas bonitinhas e por fim, beijar e sair para passear. As três últimas etapas foram bem (mais ou menos) sucedidas, demos o nosso primeiro beijo no primeiro semáforo vermelho perto da minha casa enquanto foi me buscar. Parecia que tava com 14 anos de novo, até a perninha tremeu. Parecia que a gente se conhecia há tempos e estávamos bem românticos. Ele era bem mais alto que imaginava, mas isso não era problema, eu conheci .

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Depois disso veio outras visitas, algumas lágrimas de saudade, embora a gente tenta se ver o máximo possível. Em quase cinco meses já tivemos uma Campus Party, Dois aniversários e um encontro de família e uns puxões de barba do meu tio que estava um pouco alterado, isto deixa para um outro episódio, não é mesmo?

Ainda bem que meu namoro não foi destruído por causa disso. Agora as mensagens estão mais carinhosas, o tratamento mais intenso e os planos futuros sempre sendo construídos, queria algo para crescer junto e me chamar para se aventurar comigo. É algo intenso e ao mesmo tempo a zoeira continua forte, claro.

Fico feliz que no meio da loucura do aplicativo Tinder, apareceu uma coisa maravilhosamente maravilhosa!

Feliz Dia dos Namorados para os solteiros, namorando, quem tem PA, BA, poliamor, trisal ou o clássico e bom monogâmico! Como diz o Milton Nascimento: “Toda forma de amor, vale a pena!”.

 

 

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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