Uma tarde no Museu

Uma tarde no Museu

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Após salvar uma amiga de um papo constrangedor sobre o futuro profissional, resolvemos procurar um local que a gente pudesse se divertir no domingo, visto que a cidade é bastante tranquila neste dia. Então, resolvemos ir ao Museu Câmara Cascudo, na Av. Hermes da Fonseca, pois estava acontecendo a segunda edição da Feira da Fotografia, que é considerada a maior do Nordeste, onde podemos conhecer alguns trabalhos dos fotógrafos locais. Ainda podia comprar algumas imagens para decorar a sua casa e também assistir um bate-papo com os profissionais que estavam presentes.

O Museu é dividido em dois pavimentos e resolvemos ir logo no segundo, pois parecia que tinha mais opções para ver. Logo na entrada achamos um stand do coletivo Caminhos, no qual vendiam cadernos, blocos e chaveiros com fotografias das suas andanças pelo interior do Rio Grande do Norte. Do lado deles, tinha uma exposição para visitar: o “Anatomia Comparada”.

Esqueletos que estão expostos no “Anatomia Comparada” (Fotos: Lara Paiva)

A exposição fixa é um dos carros-chefes do Museu Câmara Cascudo e recentemente passou por uma mudança na sua infraestrutura, deixando o espaço mais convidativo para as pessoas verem as semelhanças e diferenças entre os vertebrados, tendo como fio condutor o processo evolutivo, exibindo uma rica coleção de esqueletos completos e crânios de diversos mamíferos. O visitante poderá contemplar de perto o elegante e poderoso esqueleto do leão, o esquisito crânio do tamanduá-bandeira e a majestosa ossada de um elefante africano. No final, havia uma porta que dava acesso aos trabalhos expostos na Feira da Fotografia.

Dentre os expositores estão a Quina Coletivo de Fotografia. Criado em 2017, o coletivo tem como objetivo não só de agregar artistas locais em busca de uma maior visibilidade como também de popularizar o consumo da fotografia potiguar como arte através de intervenções e oficinas além de tornar o conhecimento sobre essa forma de arte mais acessível a todos. No dia 29 de junho o Coletivo realizou o lançamento de uma exposição intitulada “Qual a sua cidade” que reunia fotos da realidade urbana pelos olhos dos fotógrafos do coletivo, acompanhado de um bate-papo com os membros. Lá, eu pude conhecer um pouco mais das fotografias de Everson de Andrade, que também é jornalista, no qual fotografa o cotidiano, desde protestos mas também as belezas das mulheres Outro expositor é o grupo “Quadro com parede”, galeria de arte fotográfica com venda de fotos numeradas e assinadas, garantindo exclusividade na obra de arte, tendo a disposição um portfólio de fotos do Brasil e vários lugares do mundo. Formado por dois Fotógrafos: Rodrigo Gurgel e Ubarana Jr.

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Além disso, eu pude conhecer o trabalho do fotógrafo Ian Rassari, que também registra o cotidiano, o amor e dentre outros os assuntos de uma forma bastante sensível. Veja o álbum da exposição a seguir:

Após conhecer o trabalho dos fotógrafos, fomos ver mais uma outra exposição fixa que estava no andar superior, que falava sobre os Engenhos de Cana de Açúcar. Lá é apresentado o cotidiano, a arquitetura, a arte e as riquezas relacionadas à presença dos engenhos em território potiguar, como também o seu impacto no ambiente e na sociedade. Apresenta todo o processo do ciclo de produção do açúcar com réplicas dos materiais utilizados, inclusive uma Bolandeira em tamanho real. Ainda tinha um mapa do RN mostrando os engenhos existentes naquele período colonial.

Resolvemos descer, no qual os corredores estavam expostos algumas coleções de fósseis e ossos para mostrar a ampla coleção de objetos da antropologia e paleontologia. Ainda tinha a reprodução Parcial da caverna Olho D’água da Escada, município de Baraúnas, considerado um dos primeiros locais de pesquisa paleontológica.

Ossos expostos no corredor do Museu Câmara Cascudi

Hora do lanche! Pegamos o dindin que estavam vendendo e fomos para parte de trás do Museu, perto onde estava acontecendo as oficinas da Feira de Fotografia, onde pudemos contemplar o parque para a criançada, dinossauros de plantas e um belo por do sol.

Deu 17h30, onde haveria uma apresentação dentro da exposição “Póstumos” foi realizada pelo fotógrafo Numo Rama na Penitenciária João Chaves de Natal, em 2006, ano em que a instituição – a maior penitenciária do RN à época, conhecida como “Caldeirão do Diabo”, hoje fechada. Lá, ele registrou as prisões superlotadas, as visitas íntimas e a péssima infraestrutura. Lá assistimos uma apresentação de dança contemporânea, onde serviu de guia para ver o trabalho de Rama. Após a performance, houve um bate-papo com o fotógrafo.

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Esta foi a nossa tarde do museu!

Sobre o Museu Câmara Cascudo

O Museu Câmara Cascudo foi criado no dia 04 de outubro de 1973, com o objetivo de manter o acervo do Instituto de Antropologia Câmara Cascudo, primeiro centro de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fundado em 22 de novembro de 1960 e que estavas prestes a ser extinto, fundiu-se com o Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes, o Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA), a Escola de Música e o Núcleo de Estudos Brasileiros para a formação do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), ficando determinada a extinção do antigo órgão de pesquisa.

O Instituto de Antropologia foi fundado pelos intelectuais Luís da Câmara Cascudo, José Nunes Cabral de Carvalho, Veríssimo Pinheiro de Melo e Dom Nivaldo Monte, e por pouco mais de uma década, de 1960 à 1974, foi um dos centros pesquisa mais produtivos do Brasil. Era espaço polivalente e multidisciplinar, dedicado à formação e prática de pesquisadores nas áreas da Antropologia cultural, Antropologia física e Paleontologia.

O Museu Câmara Cascudo, quando criado, ficou vinculado ao Departamento de Geociências do Centro de Ciências Exatas e Naturais. Com a reformulação do Estatuto da UFRN no ano de 1977, o Museu Câmara Cascudo foi mantido como órgão suplementar, mas vinculado diretamente à Reitoria. Conforme o seu novo Regimento (2015), o Museu Câmara Cascudo, cuja função primordial é educativa, por ser um Museu Universitário, destina-se a realizar atividades de ensino, pesquisa e extensão nas suas áreas específicas.

Funciona de terça a sábado, das 09 às 17 horas. Porém, aos sábados funciona das 13 às 17 horas.

Mais informações pode ser lida aqui.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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