Cinco vantagens de fazer terapia e o porquê me ajudou a ser menos ansiosa

Cinco vantagens de fazer terapia e o porquê me ajudou a ser menos ansiosa

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Perdi a conta de quantos anos faço terapia. Sempre fui uma criança ansiosa e tinha medos estranhos na infância, no qual automaticamente fui levada para terapia. Por exemplo, eu tinha medo de chuva por achar que iria ter uma enchente, no qual iria desmoronar qualquer lugar que eu estivesse e iria morrer. Claro que quando você é uma criança de sete anos você não consegue demonstrar este sentimento e só chora ou faz birra, no qual automaticamente era motivo para bullying. Além disso, eu fiquei com baixa estima, problemas para falar em público e não conseguir ter controle emocional, em alguns aspectos. Na adolescência isto foi diagnosticado como Síndrome do Pânico devido aos sintomas serem parecidos.

Uma vez no colégio desisti de viajar na escola por achar que iria ter um acidente no ônibus que iria levar meus colegas de classe, no qual alguns amigos não entederam o porquê tinha resolvido ficar por Natal. Ou um ex-namorado achar ter frescura ou “falta de Jesus no coração” quando comecei a suar, chorar e ter taquicardia no meio do shopping.

Somente na vida adulta descobri o que sentia.

Aos 20 anos, eu voltei a fazer terapia e algumas coisas foram libertadoras na minha vida. Foi lá que descobri sobre o que é ter Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e também a me descobrir melhor. Além disso, eu comecei a aprender a parar de ter vergonha de mim mesma (ou quase). Foi lá que descobri o porquê ficava com falta de ar, pensamento acelerado e a sensação de querer fugir quando estou perto de um momento importante ou parar de ficar pensando o tempo todo que vai acontecer uma tragédia.

Ficar ansiosa é uma caixinha de surpresa, nunca sei o que ela pode me proporcionar. Tinha momentos que ficava alerta o tempo todo e muitas vezes era vista como incompreendida. Infelizmente, eu já ouvi muitos relatos como: “Ela é legal, mas é ansiosa demais”. Um levantamento sobre depressão publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 264 milhões de pessoas no mundo sofrem com transtornos de ansiedade. Ou seja, 33% dos habitantes estão com Transtorno de Ansiedade.

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Somente no Brasil tem mais de 9% da população com algum transtorno de ansiedade, ou seja, quase três vezes mais que a média mundial. São mais de 18 milhões de pessoas nessa situação. É considerada uma doença dos tempos modernos, junto com Síndrome do Pânico, Bordeline, Síndrome de Burnout e dentre outros.

A ansiedade é uma reação comum do ser humano diante de situações que provocam expectativa. Quando esse sentimento passa da normalidade e passa a interferir nas atividades cotidianas, o que era corriqueiro vira o transtorno da ansiedade generalizada. Acredita-se, que o transtorno da ansiedade generalizada esteja diretamente relacionado a alguns neurotransmissores que ocorrem naturalmente em nosso cérebro, a exemplo da serotonina, dopamina e norepinefrina. Outra crença é a de que um conjunto de fatores possa estar envolvido nas razões pelas quais um indivíduo possa vir a apresentar a doença, entre eles genética e fatores externos, como o estresse do dia a dia e a qualidade de vida da pessoa.

A terapia psicológica ou psicoterapia consiste em uma série de técnicas para o tratamento da saúde mental, emocional e algumas doenças psiquiátricas. A psicoterapia ajuda o paciente a compreender o que deixa feliz ou ansioso, bem como o auxilia a aceitar os seus pontos fortes e fracos.

Fazer terapia me ajudou a saber o que sinto e como tentar evitar ter menos crises de ansiedade.

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Uma terapia bem feita, bem estruturada e, principalmente, uma terapia bem aceita pelo cliente, é capaz de proporcionar mudanças mais que consideráveis em todo o sistema do sujeito. Tomará decisões melhores, trabalhará melhor e a vida social será menos dificultosa. Vamos listar cinco vantagens de fazer terapia. Confira:

1) Aprende a livrar-se de sofrimentos desnecessários e a lidar com as dificuldades que surgem ao longo da vida.

Utilizando ferramentas e tecnologias terapêuticas, a terapia lhe ajudará a se tornar capaz de pensar melhor diante de situações distintas, de “encarar” os acontecimentos do dia a dia de forma totalmente nova e positiva, adquirindo maior autocontrole, melhorando a autoestima e, automaticamente, recebendo as vantagens que esses novos comportamentos lhe proporcionarão.

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2) Melhora a saúde mental.

Para ter uma vida melhor é preciso estar com a saúde em dia. E ao falar de saúde não se deve pensar apenas numa abrangência física. O organismo humano é um todo composto por aspectos fisiológicos, mentais, e, principalmente, emocionais. Portanto, para estar com uma boa saúde é preciso controlá-los. Por isso, a terapia ajuda a fornecer melhorias para sua mente.

3) Ser capaz de compreender melhor a si mesmo e seus objetivos pessoais e os valores.

Muitas vezes, as pessoas vão para terapia com a baixa estima e com diversos problemas. Conversando com o terapeuta, faz com que muitas vezes se descubra quem ele é por dentro e se sinta a vontade de desamarrar as máscaras que portam ao conviver em sociedade, assim facilitando a busca pelo autoconhecimento.

4) Prevenção ao suicídio.

Já falamos anteriormente, o ato de retirar a própria vida já registra 1% de todas as mortes de crianças e adolescentes do país. Esse valor, há 30 anos, era de 0,2%. Ou seja, em 1986 esse número era 455 e em 2013 saltou para 788. Portanto, houve um aumento de 63,5%. A importância da terapia para evitar doenças como depressão, que é uma das causas para o suicídio. Durante o tratamento, o terapeuta pode ajudar até encaminhar para o psiquiatra e juntos fazerem diversas atividades de prevenção.

5)Melhora a autoestima

É muito importante aceitarmos o nosso lado menos bom. Nas sessões de terapia, a autoestima é um dos temas mais focados, no qual deixará os pacientes consiga resolver os seus próprios problemas de uma outra forma e bastante objetivo. Assim, também pode mudar metas e planos para a sua vida. Ou até mesmo, criar novas.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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