Dia que o Parque das Dunas foi dominada por caçadores de Pokémon

Dia que o Parque das Dunas foi dominada por caçadores de Pokémon

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O Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada para celulares e utiliza GPS e câmera dos dispositivos compatíveis, que lançou na semana passada nas terras tupiniquins e já se tornou um dos aplicativos mais baixados da App Store brasileira. O fenômeno é tão grande que não é difícil ver algum natalense andando na rua com um celular na mão ou dirigindo e caçando ao mesmo tempo (Não façam isso!). Além disso, vários estabelecimentos comerciais fizeram atividades promocionais para atrair o público. Se você fosse ao shopping, por exemplo, iria encontrar um grande grupo jogando.

Neste final de semana, mais de duas mil pessoas compareceram ao parque para se divertir utilizando o jogo que está disponível apenas por dispositivos móveis. Neste sábado (6), milhares de pessoas lotaram o local, que estava com a mesma quantidade de pessoas no dia das crianças.

Estava cobrindo uma outra matéria quando recebo a mensagem de um amigo meu dizendo que estava no Parque das Dunas, pois lá tinha vários Pokémons disponíveis e outros dispositivos que fazem parte do jogo. Então, eu recebo num grupo de Whatsapp uma foto com várias pessoas com os celulares dentro do parque. A mensagem dizia: “Venha para cá, está cheio de Pokémon”.

Lógico que resolvi entrar ao Parque para saber como estava o movimento. Claro que cheguei a caçar.

Caçando

Uma foto publicada por Brechando (@_brechando_) em

A primeira coisa que vi era não ter mais vaga alguma para estacionar o carro. Você tinha duas opções: procurar a vaga em um lugar complicado ou andar do Midway até o parque a pé, que dá uns dois a três quilômetros de caminhada. Por sorte, consegui uma das últimas vagas disponíveis na lateral do parque. O desespero dos natalenses era tanto, que a pista de cooper na parte externa do parque estava cheio de carros.

A bilheteria, que era uma das coisas mais tranquilas, estava tendo fila para adentrar. Então, tive que esperar uns 15 minutos para comprar o ingresso.

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Caçadores dominando o Parque das Dunas (Fotos: Felipe Magno)
Caçadores dominando o Parque das Dunas (Fotos: Felipe Magno)

Para quem não sabe, o Parque das Dunas é uma reserva de 1.172 hectares de Mata Atlântica e administrada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema). Dentro do parque existe o Bosque dos Namorados, onde fica a entrada principal da floresta, que tem uma área de aproximadamente 7 hectares com mais de 1300 árvores representando 50 espécies nativas da Mata Atlântica.

Criado através do Decreto Estadual nº 7.237 de 22 de novembro de 1977, o Parque das Dunas foi a primeira unidade de conservação ambiental implantada no estado do Rio Grande do Norte. É parte integrante da reserva da biosfera da Mata Atlântica reconhecida pela UNESCO e, por isso, declarada Patrimônio Ambiental da Humanidade. O parque distribui-se por vários bairros da zona sul e leste da cidade, se estendendo ao longo da Via Costeira, onde abriga também o Centro de Convenções de Natal.

Dentro do bosque, existe uma via para fazer caminhadas, trilhas, parque, área para piquenique e dentre outras coisas. Esse final de semana estava todo dominado por caçadores de Pokémon. E não eram só crianças que estavam brincando, adolescentes e adultos (incluo na lista os pais que foram influenciados pelos filhos para jogar) também aderiram à empreitada.

Era comum ouvir certos diálogos:

“Bando de alienado, esse povo que caça bichinho virtual”

“Vão ver os bichos de verdade no Parque”

“Capturei um Nidoran, galado”

“Só tem Ratata”

“Este é o quinto Pidgey que peguei”

“EITA! Está caçando Pokémon”.

Já falamos neste texto como funciona o jogo. Mas, não custa relembrar. Se assistiu Pokémon, sabe como é a vida de um treinador, tem que percorrer por vários lugares, ir a ginásios, além de capturar e cuidar bem dos seus Pokémons. Também permite você batalhar com outros usuários. Os bichinhos aparecem nas telas de dispositivos como se fossem no mundo real, fazendo com que o jogo fique realmente divertido.

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Conforme o jogador anda em sua cidade, vários Pokémons selvagens podem aparecer no mapa, dependendo do tipo de região em que se encontra. No Parque das Dunas, por exemplo, podia encontrar todos os tipos, desde os aquáticos até aqueles do tipo de pedra.

Pontos importantes de sua cidade como estátuas e museus se tornam Ginásios; lojas, áreas turísticas e pontos de ônibus viram pokéstop (ícones azuis no game), onde é possível coletar itens (pokébolas, ovo e dentre outras coisas).

No Parque das Dunas, por exemplo, tinha seis Pokéstop e dois ginásios (imagina o roçoio dos meninos para dominar esses lugares), fazendo com que as pessoas rodassem o tempo todo a área. Era tanta gente naquela região, que a internet podia apresentar alguma instabilidade, devido ao grande número de pessoas. O amigo meu que sugeriu esta pauta, desistiu de caçar Pokémon no Parque das Dunas e foi ao Via Direta. Um outro amigo que encontrei lá, resolveu ir ao Midway, por não conseguir uma boa conexão.  Sente o desespero!

Coitada das pessoas que tentaram atualizar o Instagram ou mandar mensagem pelo Whatsapp naquele sábado.

A bateria acabou? Os coleguinhas que tinham bateria portátil estavam dividindo com os outros, com o objetivo da diversão nunca acabar.  Não era surpresa ver alguém segurando a bateria na mão esquerda e caçando com a direita.

O sol escureceu, o parque fechou, mas as pessoas foram caçar em outros lugares, pois a noite é uma criança.

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Uma resposta para “Dia que o Parque das Dunas foi dominada por caçadores de Pokémon”

  1. Muito bom Laroca. Independente dos boatos falsos e de comentários de gente ranzinza, o Pokémon GO é uma revolução. Além de tirar gente de casa (há relatos até de pessoas com depressão que redescobriu o mundo) e fazê-las fazer exercício sem nem se sentirem, está popularizando a poderosa tecnologia da Realizade Aumentada, e abrindo portas para novos negócios. Beijos!

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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