O que foi o arraiá da Esmeralda?

O que foi o arraiá da Esmeralda?

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Está chegando o dia 23 de junho, o São João. Quando penso em São João lembro da minha infância no conjunto Potilândia, mais precisamente do arraiá da Esmeralda, que era o maior São João de rua da cidade do Natal e concorrente direto da festa junina da avenida Jaguarari.

Inicialmente, era uma festa somente na Rua da Esmeralda nos anos 80/90, onde fica o Conselho Comunitário (por isso o nome!), mas a medida que se passava, outras ruas da região também tinham barracas, atrações e muita festa. Era um período em que cada bairro, conjunto ou loteamento tinha o seu próprio arraiá.

De acordo com os moradores, a festa começou entre os próprios e a divulgação para o resto da população natalense era através do boca a boca. Não era como Halloween do Gringo’s que usava o Facebook para chamar a galera. Na mesma época existia o Arraiá da Velha Chica, que era bastante sucesso no bairro de Lagoa Seca.

Ainda tinha apresentações de quadrilhas juninas, que ainda são comuns no interior. Minha família ficava toda na calçada comendo milho, pamonha e eu e meus primos ficávamos jogando bomba e chumbinho por toda a rua. Era um momento bem alegrinho. Sempre que chega o mês de junho, eu escuto de algum parente:

“Ai que saudade do São João da Esmeralda, era um evento tão bom, havia bastante família”.

Também não posso esquecer que tinha um parque de diversões montado, parecido com aqueles do interior do Rio Grande do Norte. Foi a primeira vez que fui numa roda gigante, carrossel, cama elástica e dentre outras coisas. Coincidia com o período de férias da escolinha em João Pessoa, então o conjunto era tomado por gente vendendo um bocado de coisas.

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As crianças iam andar nas ruas de Potilândia, acompanhada dos responsáveis, vestidas de matutinhos e aquelas roupas típicas do São João.

Vestida de matuta em em 199x em um dos arraía da Esmeralda
Vestida de matuta em em 199x em um dos arraía da Esmeralda

A fama desta festa fez com que diversos artistas de expressão aparecessem para tocar, gerando muita atividade comercial temporária e muita diversão para a juventude da época. Chegava a durar o mês inteiro. Geralmente essas festas começavam numa rua isoladamente, através da iniciativa de amigos,conhecidos e familiares.

A festa cresceu tanto que começou a superlotação e aparecer vários casos de violência, poluição sonora (muitas bandas tocavam até o sol aparecer) e brigas. Então, nos anos 2000, começou a diminuir a quantidade de pessoas que iam para a festa, porém tentarem reviver a festa em 2007, organizada pelo ex-vereador Luís Carlos, teve muita gente, mas não foi o mesmo sucesso dos anos 90.

Várias tentativas de colocar o arraiá de volta a a ativa (Foto: Blog do Prof Luís Carlos)
Várias tentativas de colocar o arraiá de volta a a ativa (Foto: Blog do Prof Luís Carlos)

Além disso, a falta de incentivo público também ajudou que a festa organizada pelos próprios moradores fossem enfraquecida ao longo do tempo. Muitos ainda tentam acender aquela velha chama junina no bairro, contudo é só um projeto.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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