Existe favela em Natal?

Existe favela em Natal?

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Numa conversa entre os familiares, um parente diz ao outro que “Natal é uma boa cidade, pois não tem favela igual ao Rio de Janeiro”. Uma outra pessoa refutou e comentou a existência delas, mas que “elas são escondidas”. Assim como toda a zona urbana e capital brasileira, Natal possui várias favelas e a tendência é que aumentou. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 65 mil pessoas moram nesses lugares.

Qual a origem da favela? Em Natal, temos que explicar primeiramente o surgimento da urbanização da cidade.

Natal foi uma das capitais brasileiras que demorou a urbanizar, devido à falta de condições de circulação das mercadorias, através da precariedade das ferrovias e rodovias daquela época. Este processo foi gestado principalmente a partir da cana de açúcar, apesar da cultura do algodão, da agropecuária, da extração do sal, e da extração de outros minerais. Porém, com o advento da Segunda Guerra Mundial, o processo de produção do espaço urbano em Natal cresceu bastante.

A partir de 1970, como reflexo do desenvolvimento acelerado e desordenado que permeou todo o período do ‘milagre brasileiro’, o processo de urbanização em Natal começa a surgir, quando a Petrobrás passou a sediar plataformas continentais e poços de terras, ampliando o crescimento da indústria da construção civil e de seus materiais.

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A consolidação do processo de expansão urbana de Natal, acontece a partir do surgimento da atividade turística, que dinamizava a construção civil, a partir das construções de hotéis, da valorização imobiliária, e da intensificação do fluxo migratório ampliando a oferta de empregos. Também nos anos 80 começaram a chegar os primeiros grandes supermercados e shoppings, fazendo com que muita gente do interior do RN mudasse para a capital.

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Nesses períodos em que a cidade passava por um período de urbanização, várias pessoas começaram a migrar em áreas periféricas, próximas do Rio Potengi e do Manguezal, surgindo assim comunidades como Passo da Pátria e Maruim (entre a Ribeira e Rocas). Outras favelas, porém, surgiram próximas das Dunas e morros.

Favela do Camboim (Foto: Natal Fatos e Fotos)
Favela do Camboim (Foto: Natal Fatos e Fotos)

Em 2001, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) contou com 70 aglomerados subnormais, que são casas construídas em terrenos abandonados e elaboradas de forma não ordenada. Já no ano de 2013, o Rio Grande do Norte contou com 46 favelas espalhadas entre Natal e Mossoró.

Por que esse número diminuiu? Graças a construção de casas de alvenarias em algumas das comunidades feitas pelo Município, onde as casas, antigamente, eram construídas de forma improvisada, além de não ter água ou esgoto encanado. Além disso, ainda existe problemas urbanos como tráfico de drogas e a constante violência.

Algumas, porém, viraram loteamento devido à construção das casas de alvenaria, como Brasília Teimosa (próximo das Rocas) e Novo Horizonte (conhecida até hoje pela alcunha de Favela do Japão), mas os seus problemas de urbanização ainda persistem. Entretanto, algumas novas surgiram nas zonas periféricas da cidade, principalmente em Ponta Negra, cartão-postal da cidade.

No ano de 2013, o IBGE constatou que 10% da população natalense morava em favelas. De acordo com o Instituto, em Natal são 41 favelas natalenses chamadas de África, Alemão, Aliança, Alta Tensão, Alto do Guarapes, Aparecida, Areado, Barreiros, Barro Duro, Beira Rio, Boa Soarte, Brasília, Camboim, Coqueiros, Cruzeiro, Curtume, Fio, Formigueiro, Gramoré, José Sarney, Lagoinha, Lavadeiras, Mãe Luíza, Salgadinho, Maruim, Mereto, Mosquito, Novo Horizonte, Ocidental de Baixo, Ocidenteal de Cima, Passo da Pátria, Planalto, Pompeia, Raio de Sol, São José do Jacó, Sopapo, Tenente Procópio, Treze de Maio e Vietnã.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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